No mesmo ano em que celebra três décadas como Patrimônio Cultural da Humanidade, Brasília foi reconhecida pela Unesco como capital criativa do design e passa a integrar a Rede de Cidades Criativas. Nesse ano, a cidade recebeu no IESB o Primeiro Prêmio Cobogó de Design.
(ver também: IESB Recebe Bienal de Tipografia Latino-americana)
Criada em 2004, a rede é composta por 116 cidades de 54 países que atuam em cooperação para aprimorar as estratégias de desenvolvimento por meio de sete pilares da indústria criativa e cultural.
Além do design, há também artesanato e artes folclóricas, gastronomia, cinema, literaturas, artes midiáticas e música. As cidades brasileiras que integram a rede são: Paraty e Florianópolis em gastronomia; Curitiba e Brasília em design; Salvador em música; João Pessoa em artesanato e Santos no cinema.
O Prêmio Cobogó
Esse momento ainda coincide com a divulgação do resultado do 1º Prêmio Cobogó IESB – concurso idealizado pelo curso de Design de Interiores do Centro Universitários IESB, que estimulou alunos e ex-alunos de Arquitetura e Urbanismo, Design de Interiores e Engenharia Civil a propor inovações para um elemento arquitetônico que é uma das representações de Brasília: o cobogó.
“O design de Brasília é único, singular, criativo. Por isso, quando pensamos em como comemorar os 10 anos do nosso curso de Design de Interiores, decidimos promover um concurso para estimular os nossos estudantes e egressos a criarem novas peças de cobogós. Este tipo de ação contribui para o desenvolvimento das potencialidades dos participantes, tornando-os agentes de mudança da sociedade e da profissão em que atuarão ou que já atuem”, afirma Larissa de Aguiar Cayres, coordenadora do curso de Arquitetura.
Parcerias e Trabalhos de Qualidade
Para tanto, o IESB firmou parceria com as empresas Pé Esquerdo – Laboratório de Criação, que atua buscando soluções inovadoras para mobiliários residenciais e urbanos, estruturas construtivas, e projetos de Arquitetura, Decoração e Engenharia; e Cimentare, empresa especializada em concreto design e atuante na área da construção, produzindo e comercializando diversos produtos cuja matéria-prima é o cimento.
“Ao utilizar o cobogó como tema, os alunos tiveram a oportunidade de propor inovações a uma peça tão icônica para Brasília e que, por conta da tecnologia de hoje, pode ser desenvolvida em formas diferenciadas. Essa é uma proposta muito interessante porque permite que o aluno consiga projetar e visualizar o seu produto pronto”, destaca Renan Balzani, sócio-fundador da Pé Esquerdo.
“Todos os trabalho apresentados tinham muita qualidade. Sofremos para escolher apenas três. Isso nos motiva a fazermos um novo concurso no próximo semestre. Com iniciativas como esta, queremos fomentar o design e mostrar os talentos daqui de Brasília”, acrescentou Rick Hudson Castro, sócio-fundador da Pé Esquerdo.
Jurados e Vencedores
Na hora de definir os vencedores, os jurados levaram em consideração alguns critérios como a possibilidade da peça ser fabricada em cimento, a viabilidade da produção da forma do cobogó, a facilidade para o transporte e montagem das peças; e a inovação das formas.
“Quando avaliamos os projetos, além do design, também buscamos a versatilidade e os efeitos de luz e sombra que a peça proporciona em ambientes internos e externos”, disse Cainã Nagano, proprietário da Cimentare, que também destacou a importância da iniciativa do IESB.
“Além de oferecer uma excelente oportunidade de pesquisa e criação, um concurso como este aproxima os alunos do mercado de trabalho. Uma ótima chance para eles aprenderem um pouco mais sobre como é feito a produção do design e ficarem atentos aos interesses do consumidor. Agora, o próximo passo é tirar a ideia do papel. A expectativa é que as peças estejam no catálogo da Cimentare já no próximo ano”, disse Nagano.
Trabalhos Selecionados
Foram selecionados os trabalhos de Paulo Henrique Antunes, Glória Juliane Rabelo e Walkiria Eyre, que ficou com o primeiro lugar. Além da confecção das peças, os três primeiros colocados ganharam troféus e descontos para a realização de um curso de Pós-Graduação – Lato Sensu do IESB.
“Para mim, é inacreditável! Principalmente porque sou do primeiro semestre. Me inscrevi para ganhar experiência e saí como uma das selecionadas! É incrível ter a possibilidade de ver uma criação sua em um catálogo e saber que ela pode ser utilizada em várias casas”, ressaltou Walkíria. Para Paulo Henrique, aluno do 8º semestre, participar do concurso foi enriquecedor.
“O cobogó é extremamente flexível, democrático, permite ser montado em composições variadas e atende aos mais diversos estilos, além de ser prático e funcional. Enxergo a minha peça como uma obra de arte em que estou deixando a minha impressão digital”, completou o estudante.