O termo “design” tornou-se amplamente popular e generalista após o surgimento de suas multiplas vertentes, frutos das demandas industriais e inovações tecnológicas que borbulharam no final do século XX. Hoje, ao falar sobre vertentes do design, com tantas aplicações possíveis e em tantos ramos diferentes, é difícil citar todas de cabeça. E ainda é possível que mais uma categoria esteja sendo criada agora mesmo, sim, nesse momento.
As diversas especialidades existentes no Design estão divididas em sete áreas de atuação (GOMES FILHO, 2006):
- Design de Produto
- Design Gráfico
- Design de Moda
- Design de Ambientes
- Redesign
- Design Conceitual
- Design de Interfaces
Distribuídas entre essas áreas de atuação existem pelo menos trinta especialidades que estão presentes na indústria há anos. E existem ainda outras áreas que surgiram, como o WebDesign, Design de Som e Design da Informação. Porém, mais importante que essas definições é o conceito que cada área e especialidade carrega, e estamos falando do real conceito e propósito do Design.
DESIGN, QUEM É VOCÊ?
Sendo uma palavra “emprestada” da língua inglesa, vamos nos ater antes de tudo à tradução do termo. Utilizou-se aqui os dicionários (1) Concise Oxford English Dictionary e o (2) Babylon.
- Design (verbo): (1) Fazer ou planejar algo com propósito específico em mente. (2) Planejar, desenhar, engajar-se em, bolar.
- Design (substantivo): (1) A arte ou ação de planejar a aparência e a função de alguma coisa. O arranjo das características de um artefato. (2) Plano, desenho, esboço; propósito, objetivo.
Ainda temos a conceituação do design em seu sentido global, que signfica: “Concepção e planejamento de todos os produtos feito pelo Homem…”. (FIELL e FIELL, 2000).
Como visto, o termo design é muito abrangente e de fato pode ser aplicado em diversas áreas, de acordo com o seu significado. Mas para que se tenha uma produção que seja uma consequência real do design é preciso de algumas etapas, que podem ser definidas como:
- Propósito: Para que e para quem? Quais as funções? É viável?
- Planejamento: Como será feito? Quem está envolvido? Qual o tempo disponível?
- Pesquisa: Há influências ou demandas sociais? Acompanhará tendências de mercado?
- Refinamento: Detalhes sempre importam. O que mais pode ser feito? O que falta?
- Execução/Produção: Quais os melhores meios de produção? Quais agridem menos o ambiente? Quais os meios mais eficientes?
De forma resumida, estas etapas ilustram como um designer pode pensar para realizar o seu projeto.
DESIGN DE… QUALQUER COISA?
De acordo com as definições abrangentes do termo, pode o Design ser atribuído a qualquer área que alguém achar que se adeque? Bom, de certa forma as pessoas podem definir o nome que elas quiserem para uma determinada atividade, mas com relação ao meio profissional não é bem assim.
Algumas áreas hoje chamam a atenção de muitos designers e os deixam um pouco desconforáveis, são elas:
- Design de Sobrancelhas
- Design de Penteados
- Design de Unhas
- Design de Plantas
E a lista pode se estender ainda mais…
Mas embora o termo design esteja aplicado corretamente em cada uma das áreas listadas acima, as atividades em questão poderiam se encaixar em outras categorias. O Design de Plantas, por exemplo, passou a ser chamado assim após a popularização do termo design, pois tradicionalmente é parte integrante do paisagismo, ramo da arquitetura. Outras como Design de Sombrancelhas, Penteados e Unhas poderiam estar vinculados ao Design de Moda.
A grande questão é que com a popularização do termo Design, muitas pessoas deixaram o signficado do termo de lado para simplesmente agregá-lo ao nome da atividade como um atravido de mercado. Imagine, se existem Designers de Produto que projetam carros como Porsches e Ferraris, pergunte a uma mulher se vale a pena ir na manicure ou experimentar marcar um horário com uma Designer de Unhas…
VERTENTES E VERTIGENS
Com tantas áreas agregando o termo design ao nome da atividade é possível entender porque muitos designers fazem um olhar desconfiado ao saber que determinado lugar fazer Design de Alguma Coisa. Designers são e devem ser profissionais capacitados para criar soluções inteligentes e quando possível inovadoras para diversos problemas da indústria, além de problemas sociais.
Ter o termo de uma profissão relacionado a diversas outras atividades de forma inadequada aumenta a banalização e a desvaloriação do profissional. Isso pode distorcer a imagem do Designer tanto para as empresas como para profissionais de outras áreas. Talvez também sejam esses os fatores que influenciam a generalização da profissião, que cria obstáculos na hora do Designer procurar um emprego, conforme comentamos no artigo Portfólio e Currículo: o Designer na busca do emprego formal
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