No novo comercial do iPad Air a jogada de marketing pode ter sido sincera, pois acima de tudo desctacou algumas características que todo produto deveria apresentar e todo designer deveria ter em foco.

Ao projetar um novo produto, os designers devem ter sempre em mente algo muito delicado, mas que possui uma força enorme: o sentimento. Nós, seres humanos, somos essencialmente seres sentimentais e por mais que possamos lutar em alguns momentos difíceis para ter o chamado “sangue-frio”, lutamos contra nós mesmos, pois os sentimentos fazem parte de nós, eles nos formam e nos guiam. Sentimentos afetam nossas decisões, podendo mudar o rumo de uma vida inteira. 

Poético e denso? Talvez, mas essencial para a receita de projeto de qualquer Designer de Produto que queira obter sucesso no que faz. São diversos fatores que influenciam desde a concepção até o produto finalizado, mas quando se projeta algo que será utilizado por um ser humano, deve-se pensar como um ser humano. Óbvio? Nem sempre parece ser…

A sede (ou ansiedade) por finalizar o produto pode atrapalhar, prazos podem atrapalhar, profissionais mal qualificados podem atrapalhar, mas se o pensamento maior for o lucro… este sim poderá arruinar seu produto. Isso porque pensar sempre lá na frente, quando o seu produto estiver sendo vendido nas grandes lojas e por todo o mundo… isso pode tirar todo o foco. Mas qual é o foco?

Imagine que você está projetando um produto que no caso será utilizado por seres humanos. Já falamos que os sentimentos são muito importantes, então depois de toda a concepção, explosão de ideias, seleção e raffs, pense nas pessoas utilizando seu produto. Imagine que essa pessoa pode estar feliz, triste, irritada, pensativa, enérgica, neutra, etc. O seu produto poderia interferir de alguma forma no estado de humor da pessoa negativamente ou positivamente? Considerando que também seria positivo se a pessoa não notasse o produto, dependendo da utilização.

É exatamente essa a ideia que o iPad Air mostra em seu comercial, a integração entre produto e ser humano, de inúmeras formas e em diversos momentos. No caso desse produto a ergonomia é vantajosa, pois possibilita uma longa utilização segurando-o pelas mãos sem maior cansaço. Mas além disso a estética é conveniente e neutra e suas funções podem adaptar o produto aos mais diversos gostos. 

A ideia aqui não é colocar a Apple no topo da pirâmide do design, pois a empresa dá os seus tropeços de vez em quando, mas não é sempre que um produto consegue reunir uma quantidade enorme de qualidades que agradem a seres humanos tão diferentes e em situações tão distintas.

A Apple conseguiu, de certa forma, criar um produto que faça parte da vida das pessoas não só como uma ferramenta de trabalho ou fonte de entretenimento, mas também como algo que faça a tecnologia contribuir com as experiências de vida reais das pessoas. E isso talvez seja uma das missões mais difícieis para os designers na estrada pela frente, construída sobre as bases da tecnologia do século XXI.

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